quarta-feira, 2 de maio de 2012

A gente não passou na Globo...



A expectativa que ficamos para ver a apresentação de Santo Amaro, na Dança da Galera, do Faustão, foi uma decepção. Aquilo nunca foi Santo Amaro... Qualquer pessoa, por mais desinformada que seja, sabe que alguma coisa esteve fora da ordem.
Medíocre a produção, porque não soube sequer escolher o que de melhor poderia mostrar de nossa terra, a começar pela música tema, pois seria até covardia uma coreografia com a "Trilhos Urbanos", de Caetano Veloso, por exemplo, que é um verdadeiro hino de Santo Amaro, com todo um roteiro na própria canção para ilustrar o conjunto da apresentação.
Nem sei se o fato de destacar a moça do cachorro quente teria sido para falar sobre culinária, acho mais uma forma de "pagar" os lanches servidos depois dos ensaios, como falaram. Vocês imaginem se esses caras decidissem por mostrar o acarajé de Neusa; já pensaram se decidem mostrar uma moqueca de arraia, daquelas servidas no Mercado; ou um efó, ou uma maniçoba, ou até mesmo um caldo de sururu, com um escaldado de caranguejo. Não!!! Foram falar de cachorro-quente e hamburguer na chapa... Parece mentira...
Será mesmo que nossa economia se resume numa modesta Casa de Farinha? Pelo menos mostrassem os deliciosos e finíssimos beijus que são vendidos na feira...
Quando anunciaram as "figuras carimbadas", a minha primeira idéia é que iriam mostrar, pelo menos, o Ling Ling contando sobre seu medo de cágado, ou pedindo um real pra tomar uma cooooca cooooola... ou mesmo perguntando se tem um quintal pra ele limpar... Ou outras figuras que tem sido caracterícas da cidade no campo das artes, do artesanato, da cultura popular, do folclore...
E já pensou se essa gente mostrasse o grupo de samba de roda de Nicinha, o Maculêlê de Popó, a capoeira de Bezouro, a chula de Roberto Mendes, pra não querer esnobar ainda mais com Caetano, Bethânia e essa turma de jovens músicos que alimentam o sucesso das bandas mais famosas da Bahia. Eu pensei que pelo menos a Casa de José Silveira seria, no mínimo, citada.
Mas não. Mostraram outra coisa, com as pessoas que ali dançaram pensando que iriam defender o nome de Santo Amaro.
Nem sei mesmo de quem foi a culpa, porque o apresentador da Globo não conhece ou não quis conhecer Santo Amaro, e foi incompetente o bastante para não querer fazer uma produção de respeito.
Ou o dito cujo foi mero apresentador, com a produção a cargo do secretário de cultura, Rodrigo Veloso, tão elogiado. Ou tudo junto e misturado.
A fonte de nossa terra não secou, com certeza...