domingo, 8 de abril de 2018


Lula, a lenda da era digital


Foto via Google

Quando todo mundo achava Lula um gênio, eu já  o considerava um vigarista, e por isso não foram poucos os embates com seus fanáticos seguidores, que lhe endeusavam como um mito que saiu do nada e chegou a presidente da república. Hoje, aqueles mesmos que o idolatravam, são os que mais o condenam, não raro nos trazendo a mão à palmatória.
Cá embaixo, uma plebe rude e ignara, na expressão absoluta do significado da palavra, se divide entre o choro triste e a alegria vingativa, de nem saber porque estavam lhe julgando, condenando e até o absolvendo. Como uma final de um campeonato qualquer, em que um dos times perdeu por erro do juiz, as vibrações dos anti corrupção, honestos e rigorosamente probos, eram muitas vezes de que “roubado é mais gostoso”.
Faço analogia com situações históricas assemelhadas, em que as condições comunicativas das épocas não permitiam um informação tão rápida e precisa, instantânea, em que era preciso reunir as pessoas em arenas e demonstrar, ou em planície ou em praça pública, como vilões perversos e traidores, ladrões, sanguinários, eram executados cruelmente para servir de exemplo.
Assim vejo o espetáculo midiático de ontem, num julgamento que não faltou nem mesmo o pilatos a lavar as mãos e condenar em nome da manifestação das ruas, em que não precisou convocar o povo, pois que no conforto dos lares assistia todos os passos do condenado no corredor do cárcere, que se debatia para não ser preso buscando a liberdade por todos os recursos que lhe eram de direito, enquanto os carrascos o monitoravam friamente com meios modernos de observação, a deixa-lo chegar aos seus pés, abatido moral e fisicamente, e ser conduzido para pagar uma pena criminal imposta num julgamento desleal.
A trajetória, iniciada por acaso, numa manhã de domingo enquanto aguardava o cunhado para uma cachaçada, terminou com uma monstruosa cobertura televisiva, no horário considerado mais nobre da televisão brasileira, com o Jornal Nacional transmitindo ao vivo, com direito a repetição, o momento solene em que o avião decolava do chão paulista e subia em direção “de uma sala especial e humanizada em homenagem à dignidade do cargo que ocupou”, sumindo no breu da noite e consagrando um dos mais significativos e marcantes momentos da história da nação.
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