quinta-feira, 14 de março de 2013

O Papa Francisco

Ontem foi anunciada a escolha do novo papa da igreja católica, que é argentino e se chamará Francisco. Como se já soubessem a sua escolha, tão logo anunciado o nome do escolhido no Conclave, protestos já inundavam as chamadas redes sociais, notadamente o facebook, denunciando uma não confirmada colaboração sua com o regime militar daquele país. E mais, de que o Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, era contra o casamento de pessoas do mesmo sexo e contra o aborto.
Além desses argumentos, no Brasil aquela inexplicável rivalidade no campo do futebol, que contamina todas as demais atividades sociais e políticas, passou a surgir também como se fosse uma derrota não ter sido eleito o bispo brasileiro, cujo favoritismo era apontado como uma provável vitória nossa.
Hoje o noticiário já exibe informações mais equilibradas, mas aqueles católicos de festinhas não se inibem de desfilar velhas manifestações pseudo moralistas, que exigem comportamento monitorado ao sabor de suas conveniências pessoais tidas como progressistas, voltadas para o sexo na preferência por iguais ou a eliminação de fetos.
Torço boca e nariz para essa gente, porque agora mesmo vejo uma onda de protestos contra a escolha de um deputado, que é pastor protestante, para o cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, porque o mesmo teria, em algum momento, declarado ser contrário a casamento de gays e feito um comentário sobre africanos, na visão de sua crença. E a guerra é tão forte e violenta que só faltam mesmo a eliminação física do pastor, taxando-o de racista e homofóbico, em flagrante contradição com o que seria a defesa pelos direitos humanos e minorias, como se contrários não sejam humanos e racistas e homofóbicos não sejam minorias.

terça-feira, 5 de março de 2013

Comunidade pede providências em favor da
Santa Casa de Misericórdia

Estou vendo o pessoal clamando pelo Hospital da Santa Casa, com toda razão. Fico as vezes perguntando o que há com a nossa comunidade atualmente, que se habituou ao paternalismo demagógico dos carreiristas, e não toma atitude própria.
 Nem sei mesmo se ainda existem os chamados clubes de serviço - Rotary, Lyons, e até maçonaria, porque eram esses órgãos que comandavam o Hospital da Santa Casa e Maternidade, sempre formando diretorias com seus componentes.
 Onde anda mesmo a Irmandade da Santa Casa, que assume com coragem e independência essa sua instituição imortalizada por sua imensa e gloriosa história, como podem testemunhar o seu prédio e seu acervo.
 Ou faltam homens agora do porte de Carlos Pinto, Dizinho, Portugal, Barreto e tantos outros que morreram. Os que sobrevivem, idosos, talvez não tenham mais ânimo e forças físicas ou mesmo influência social e política para reagir, e veem, frustrados, uma entidade como essa exaurindo impotente a sua outrora tão proveitosa existência..
 Mas será que não pode haver uma renovação, que não existem homens e mulheres como antigamente que fundavam, instalavam e faziam funcionar instituições como a Santa Casa, numa época em que não existiam convênios e os serviços de saúde eram prestado de graça à comunidade pobre ou não?
 Como sugestão, pelo menos assim inicial, estaria na hora de abrir inscrições para novos "irmãos" para a Santa Casa, arregimentando os que tiverem condições e disposição para integrar os seus quadros como membros efetivos, e implantar um regime nos moldes antigos, quem sabe, para que não fique nessa eterna dependência da má vontade de políticos carreiristas, que estão mais empenhados nos seus desejos eleitorais, que, além de não ajudar, perversamente caloteiam a entidade e a deixam refém de dívidas que não podiam assumir.
 Pessoalmente estou a cavalheiro para falar e cobrar, porque passei a vida inteira, através dos meios que dispunha, exercendo o meu papel de cidadão, sem nunca, em tempo algum, ter sido filiado a qualquer agremiação partidária. 
 Já vi que de nada adianta falar através desta e de outras redes sociais, porque há vários grupos e pessoas que batem nessa tecla diariamente e não percebo qualquer reação dos (ir)responsáveis.
 De forma desorganizada e só com palavras não se resolverá nada.

domingo, 3 de março de 2013

Os justiceiros estão de volta



Nada me convence que essa doutora do Paraná seja assassina, como estão se deliciando os justiceiros da tv e do facebook. Primeiro porque a pessoa quando é presa e que não fica tentando se esconder em camisas, revistas, paletós, óculos gigantes já sai ganhando, para mim, credibilidade e inocência. Segundo, porque já sei como funcionam esses tipos de suspeitas, na maioria das vezes baseadas na emoção exagerada por ter um ente querido falecido.
Vejo a luta do advogado dela para desmentir as acusações completamente infundadas feitas pela polícia, que além de induzir a justiça a erro ainda confunde a opinião pública, que normalmente assume a função de tribunal e executora de sentenças, sempre voltada para o extremo da vingança. Eu fico sempre do lado do acusado, principalmente nesse caso, quando foi mostrada a acintosa alteração do texto de uma gravação, que troca a palavra raciocinar por assassinar. Acho que bastaria isso para anular tudo que supostamente estaria sendo investigado.
Mas baseio minha opinião favorável a ela, quando vejo que as acusações são mera suposições de vítimas que sempre vão achar que seu paciente poderia estar vivo. Pessoas com 30, 40 e até mais dias internadas em UTI e ainda acham que a doutora as assassinaram. Ainda não vi uma única conclusão científica, pericial ou técnica que comprove o que está sendo chamado de antecipação dos óbitos, a ponto de levar todos da equipe para a cadeia e entregá-los a execração pública como está ocorrendo.
A polícia só distribui para a imprensa as gravações que lhe interessa, para justificar o inquérito instaurado. E mais condeno, quando vejo a associação de delegados chegar a ponto de apresentar manifestação de apoio à delegada, talvez porque esta usa e abusa do seu insuperável poder de polícia, não fosse assim, para que este acintoso apoio da classe.
Comparo essa situação ao abuso que os chamados peritos da previdência exercem sobre relatórios médicos baseados em exames consagrados, para simplesmente indeferir a concessão de benefícios, sem que apresente uma justificação que sobreponha aquela análise do profissional, que atesta uma lesão ou uma doença no beneficiário. Eles negam o benefício ao seu livre arbítrio, sem dizer que o relatório apresentado seja suspeito, mentiroso, equivocado ou qualquer motivo. Nada, simplesmente indeferem.
Assim está fazendo a polícia do Paraná. O paciente morreu e a culpa foi da equipe médica. Cadê um laudo que chegue a essa conclusão? O choro e a suspeita dos parentes servem?
Felizmente que ao contrário do arbítrio da previdência, no caso do Paraná existe o direito de defesa dos acusados, que mesmo já condenados pelos justiceiros, pode se valer de contraditório e se defender das acusações, que precisam ser provadas e comprovadas.
É o que penso.