kabeçadura - zé joaquim

Reagir, quem há de!

 

Acho que não estou dentro de nenhum pesadelo, com tanta turbulência moral e ética do mundo político nacional. Uma agulha jogada num palheiro é impossível de encontrar, assim como uma sonhada normalidade institucional, diante desse laboratório de absurdos, arbitrariedades, cinismo, bravatas, arrogância, desrespeito, estupidez, violência contra o cidadão de bem, que está atônito e acuado, subjugado e praticamente sem vislumbrar a menor chance de recuperar os sentidos. 

É impossível haver uma simples justificativa para tudo que está acontecendo no país, a não ser classificar como o inferno vivo do final do mundo. 

Desnecessário apontar essa sequência de ocorrências acontecendo aos nossos olhos e ouvidos, porque são constantes e cada vez mais repetidas e divulgadas, sob todas as formas de comunicação, a maioria de uma bizarrice tão visível quanto verdadeira, que se mostra falsa, embora desgraçadamente real.  

O mais criativo exercício de imaginação jamais ousaria chegar a um roteiro tão farto de fantasias macabras e grosseiras, para massacrar e torturar, com requintes primitivos, o que está acontecendo em nossas vidas. Atitudes anunciadas em meio a exibições vingativas, com demonstrações grotescas de ódio, para talvez cada um desses acreditar que seriam vítimas. 

Desde muito tempo que venho me desligando do perverso momento, abdicando de informações jornalísticas da mídia, não importando a sua grife ou da credibilidade oferecida. Valho-me das informações através das ora chamadas redes sociais, mas já não me comovem os comentários, artigos, críticas repetidas e sem resultados, as vezes só censura e ameaças, quando não punições ilegais. 

E até desses veículos, que estão também contaminados de mentiras igualmente inimagináveis, já estou me afastando, ficando cada vez mais isolado do mundo, acreditando apenas em mim mesmo, como forma de autoestima impermeável, resumindo os poucos remanescentes do meu cadastro individual, numa multidão de amigos e parentes. 

Descarrego aqui um estoque interminável de absurdos que estamos vivendo, e que não entupa o esgoto da desintegração fecal em que se transformou a política miserável dos atuais donos do mundo.